Quem sou eu

Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Somos professores de língua e literatura clássica (Professor Matheus Trevizam - latim - e Professora Tereza Virgínia -grego) e uma aluna (Veronica Cabral) na Faculdade de Letras da UFMG. Como docentes, atuamos na graduação e na pós-graduação da FALE nas áreas do ensino, pesquisa e orientação científica a alunos.

domingo, 22 de novembro de 2009

A prostituição como problema social em Roma Antiga



A prostituição como problema social em Roma antiga


Prof. Matheus Trevizam

Não nos deixemos enganar pelos delicados frisos de mármore e pelas estátuas douradas da Roma de fins do período republicano em diante: ressalvadas as elites, o povo urbano tem fome, e se amontoa macilento nas muitas insulae (blocos de edifícios populares) de bairros suspeitos como a Subura. De fato, para a maioria, a quem não cabe partilhar diretamente dos benefícios dos impostos e das riquezas advindas de todas as possessões da Cidade, apenas resta a dura luta quotidiana pela sobrevivência.

Referimo-nos, sobretudo, às famílias empobrecidas dos emigrados de toda parte e à substancial massa dos libertos (“ex-escravos”), eternos “sem-lugar” num meio social, indubitavelmente, refratário a excessivas aberturas. Sem contar as escravas (e escravos!) arrendadas nos lupanares pelos próprios donos, eram as desafortunadas moças oriundas dos dois baixos estratos sociais citados que constituíam presas fáceis para o mundo da prostituição: quer isso resultasse de uma escolha entre outras, quer de uma necessidade premente, sempre pesavam sobre elas os preconceitos de uma moral hipocritamente severa e as ameaças de violência e exploração nas mãos dos clientes ou agenciadores do prazer (“lenones”).

Para uma descrição mais detalhada do baixo mundo da prostituição em Roma, recomendamos, de Catherine Salles, a bem documentada obra “Nos submundos da Antiguidade” (São Paulo: Brasiliense, 1983).


Imagem: Lais Corinthiaca - Hans Holbein the Younger c. 1526 Tempera on Wood 35,5 × 26,7 cm: Kunstmuseum Basel.



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2 comentários:

  1. Professor Matheus Trevizam, parabéns pelo excelente blog! Fez com que eu quisesse retornar meus estudos na grandiosa língua de Cícero e os exercícios que disponibilizou foram-me muito úteis. Vida longa a este seu trabalho! Clarissa.

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  2. Interessante blog! Especialmente porque a cultura clássica parece estar cada vez mais confinada a uma minoria privilegiada pelo conhecimento das línguas antigas. Com iniciativas destas talvez a coisa mude.

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