“Sed in iis erat Sempronia...”: “Bellum Catilinae, XXV” e a decadência moral da aristocracia romana em fins da República
PROF. Matheus Trevisam
Parte I:
Ainda sobre o tema das “cortesãs” no mundo antigo, trazemos a público o testemunho historiográfico de Gaio Salústio Crispo (
“Entre estas havia uma Semprônia, que tinha cometido muitos crimes de varonil audácia. Esta mulher, tanto a respeito de nascimento e beleza, como de esposo e filhos era assaz afortunada: douta nas letras Gregas e Latinas, cantava, dançava com mais elegância do que à dama honesta convém, e possuía todas as mais prendas que são incentivo da luxúria. Mas tudo para ela foi sempre mais caro do que a honra e a honestidade. Se o dinheiro ou a reputação menos poupava, não era fácil decidir-se: era tão libidinosa, que mais vezes procurava os homens, do que era procurada. Muitas vezes tinha já traído a fé, negado dívidas, sido capa de assassinos: o luxo e a pobreza a tinham perdido”.
(a clássica versão oitocentista desta passagem é de autoria do latinista luso José Vitorino Barreto Feio, também competente tradutor da “Eneida” virgiliana em versos para nosso idioma).
Links relacionados: "Do silêncio das mulheres à voz de Cornélia Semprônia" (Parte 1) -por Alice M. de Souza