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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Somos professores de língua e literatura clássica (Professor Matheus Trevizam - latim - e Professora Tereza Virgínia -grego) e uma aluna (Veronica Cabral) na Faculdade de Letras da UFMG. Como docentes, atuamos na graduação e na pós-graduação da FALE nas áreas do ensino, pesquisa e orientação científica a alunos.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Nuntius matérias: Ênio

Ênio e o amadurecimento da épica em Roma



Prof. Matheus Trevizam




Como dissemos na postagem anterior, teve-se no épico Ênio (séc. II a.C.) o maior poeta romano de assunto heroico até surgir Virgílio, com a obra nacionalista que foi sua “Eneida”. Sem, propriamente, ter “inventado” preencher o molde do gênero épico com temas da história pátria [o que coubera, ao que tudo indica, já a Névio (séc. III a.C.)], este poeta amadureceu tal forma compositiva e, sem dúvida, inovou-a. Assim, além de terem-se seus "Annales" num poema de grande fôlego (já que abrangentes, ao longo de dezoito livros, de toda a história de Roma desde sua fundação lendária), Ênio introduziu, nesta obra, o emprego dos versos hexâmetros na literatura latina. Dono de um estilo “impressionístico” (fortemente marcado pelo gosto intensificador das aliterações, jogos de palavras, epítetos heroicos, disposições motivadas de vocábulos, onomatopéias...), o autor, de que apenas nos restam em torno de 600 versos, é aqui exemplificado de leve pelas passagens seguintes:

“At tuba terribili sonitu tarantara dixit” – “Mas a tuba, com som terrível, ‘disse’ ‘tarantara’” ("Annales").


“Saxo cere comminuit brum” – “Com pedra, despedaçou os miolos” ("Annales", fr. 609) – note-se a “tmese”, quebra da palavra “cérebro” em duas partes, para ilustrar, visual e sonoramente, a ideia em jogo!



A imagem é de um mosaico do século III. Ela e um interessante texto sobre épica(em espanhol) você encontra
clicando aqui.



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